sábado, 11 de agosto de 2012

Realidade


Olho para a realidade desprovida de silêncios.
As coisas são o que são. Porém, há que ter em conta
a gravidade que as prende à terra.

Os signos são os poucos recados que a vida pouca nos traz.
São o muito desta vida
onde árvores se perfilam nas avenidas, e nas avenidas

o frágil contraponto de domingo se passeia
atento à soalheira chegada de famílias-à-beira-Tejo
alheias à semana que aí vem, onde cada um por si,

e a desrazão por todos,
irá colher as incertezas do amanhã.
Dos sentidos todos o que resta são olhos fechados,

tacto de treva onde a realidade acaba
como um promontório sobre o Outono: onde começo
a contar as folhas, a memória da sua queda, a avisada música.

Luís Quintais - Série: Poetas de Angola

2 comentários:

  1. Olá!Bom dia!
    Tudo bem?
    Que lindo e diferente! Não os conhecia,Poetas de Angola, Luis Quintais...
    Eu gostei e também, gostei muito do seu blog!
    Obrigado pelo carinho da participação em meu blog!
    Muito feliz!
    Bom domingo do Dia dos Pais...
    Beijos

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    Respostas
    1. Olá Felisberto!

      Fico muito feliz com sua visita e carinho.
      Temos vários poetas espalhados por esse mundo e resolvi iniciar uma série com os de Angola, pois já conhecia e muito aprecio, que bom que também gostou.

      Uma linda semana..beijos doces.

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